domingo, 3 de agosto de 2014

The universe within

         


 O texto a seguir é sobre uma reflexão que fiz ao terminar de ler o romance A culpa é das estrelas, do John Green. Desculpem-me se acabei me prolongando, mas foi processo intenso digerir o livro e seus inúmeros significados emocionais.

Gosto bastante de observar o céu à noite, mas dia desses percebi que não fazia isso há muito tempo.
O céu noturno é lindamente hipnótico. Uma vez que você pare para observá-lo, você é carregado para outra dimensão.
Sempre que observo as estrelas e vejo seus infinitos (?) pontos brilhantes, eu me pergunto: há quanto tempo algumas estrelas já estão mortas? Por quanto tempo seu brilho persistirá? Quantas estrelas jamais vi?
Ao pensar nisso, acabo pensando também nas pessoas. Será que alguma vez já se sentiram oprimidas pela beleza de um céu noturno estrelado? Será que já perceberam o maravilhoso milagre que é termos consciência de nós mesmos, do mundo, do universo? Que a cada dia que passa temos menos tempo que antes? Que nossa vida não passa de um mero piscar de olhos diante da infinitude soberana do universo?
São tantas perguntas que acabo com a cabeça mais cheia do que antes. Ainda que me sinta mais leve.
Apesar da ínfima transição no tempo e espaço, nós conseguimos deixar nossa marca. É verdade que soa quase infantil, e até mesmo desesperadora, essa vontade de deixar uma marca, de sermos lembrados. Às vezes, simplesmente não podemos evitar. Afinal, somos apenas humanos. Ainda assim, nossos grandes feitos não são materiais como a construção ou a destruição de coisas. O nosso maior legado são as pessoas.
Não consigo deixar de pensar que o amor, aquilo que desejamos aquilo que procuramos a vida inteira, é nossa pequena porção do infinito. Não falo do amor romântico, mas do amor em si, pura e simplesmente. E tal como não poderia deixar de ser, nós, imersos em egoísmo, que tantas vezes esquecemos-nos do essencial ao buscar o supérfluo, só percebemos a extensão de nosso pequeno infinito ao perdê-lo irremediavelmente para o inalcançável mundo do passado, das lembranças.
O amor, em sua completude, é agridoce. A busca, a perda e até mesmo sua ausência nos move e define. Tem através das lembranças, sua presença marcada permanentemente em nosso ser. Embora seja algo abstrato, sua perda é fisicamente sentida. A capacidade ou não de amar muda as pessoas. E quando não mais existirmos, nossas lembranças serão os vestígios de amor que deixaremos aos que ficarem. Personificando, assim, o nosso legado.
Sendo assim, não deixo de pensar que nosso pequeno infinito é incrivelmente parecido com o infinito céu estrelado de uma noite qualquer. “Alguns infinitos são maiores que outros”, disse John Green em seu romance A culpa é das estrelas, no qual cita também um trecho de uma peça de Shakespeare, “A culpa, meu caro Brutus, não é de nossas estrelas, mas de nós mesmos”, o qual pode ser interpretado como o fato do que acontece conosco é fruto de nossas escolhas e não de nosso destino. Mas, afinal, não somos todos estrelas? Porque mesmo quando todo o pó de nossa existência tiver sumido, o brilho de nosso pequeno infinito continuará a iluminar o céu noturno no coração de alguém.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A criança interior

Dia das crianças... o tempo pode passar, mas essa é uma data sempre marcada por sorrisos, seja de simples alegria, seja de pura saudade. Engraçado lembrar que quando somos crianças, o tempo não parece passar de jeito algum. Aí vem a adolescência e do nada: bum! Eis um rosto adulto nos mirando do espelho.
Nesse meio tempo, os machucados de brincadeiras há muito sararam, os amores platônicos se desfizeram, os patinhos feios viraram cisnes e a simplicidade de acordar, estudar e brincar parece uma outra vida. E nos restaram apenas as lembranças.
Agora que somos adultos, temos que encarar esse mundo caótico onde as pessoas (a maioria, pelo menos) são tão egoístas e egocêntricas a ponto de nos julgarem sem ter o mínimo conhecimento de causa. Criticar é fácil quando você não está envolvido na situação. Nessas horas, fechamos os olhos e lembramos como era tão fácil na nossa infância, onde quando alguém sorria para nós, era um sorriso realmente sincero e nos consideravam por quem realmente éramos. Nada de estereótipos ou paradigmas. Apenas inocência e amizade.
Não devemos, porém, ser levados por sentimentos ruins em momentos comandados apenas pela impulsividade. Esse direito não nos pertence mais, embora, em certo momentos simplesmente tenhamos que explodir. Então, com a vivência que adquirimos, temos que engolir o orgulho (por mais difícil que seja) e admitir nossos erros. Para conquistarmos a capacidade de evoluir, pagamos o alto preço da inocência. E é exatamente por isso que devemos sempre tentar sermos o melhor que pudermos.
Apenas assim, a nossa criança interior se orgulhará dos adultos que nos tornamos e piscará de volta para nós sempre que nos olharmos no espelho. E se tivermos a capacidade de despertar essa criança esporadicamente, tornaremos o nosso dia ligeiramente melhor.
Mesmo que estejamos apenas brincando de fazer caretas no espelho...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Maktub

Essa semana eu concluí que certas coisas que vivemos, certas pessoas que conhecemos estão marcadas para acontecer. Há algo de fato tão superior e misterioso no universo que nos guia. Para alguns é tolice, para outros é uma questão de fé. Para mim é destino, pura e simplesmente. É o que sinto e me deixa uma sensação muito boa em meu coração.
Tive uma semana tão incrível que quando acabou, a alegria de tê-la vivido tomou todo e qualquer espaço que a tristeza pudesse se instalar. E o único meio de extravasar os sentimentos foi através dessa poesia que surgiu, como há muito não acontecia, com conteúdo e lirismo delineados em minha mente. E lá vamos nós!



Piaulistas

Eis que estamos aqui
Em contagiante riso
Entre abraços e flores
Lembranças e cores
Em um só coração

Observando o céu infinito
No prenúncio de um sol fugidio
Vejo a promessa de um vívido sonho
Cumprida no colorido tom de rostos risonhos

O som de nossa alegria retumbante
Ecoa calorosamente pelos quatro ventos da madrugada
A saudade é contida, bem melhor, é definida
Pela sincronia das luzes de nossos semblantes

E agora, do todo se fez o vazio
De sons, apenas suspiros
Da luz, apenas o brilho
E no coração, um pequeno ardil
Voraz e sutil, chamado saudade

E dos dias passados virão os futuros
E das mãos ansiosas, um abraço apertado
E transparecem de amizade nossos olhares mais puros
Da plena alegria dum reencontro há muito marcado.

sábado, 21 de julho de 2012

Dia do Amigo


Desejo a vocês:
-O cheiro de terra molhada e o ruído de chuva no telhado naquela noite em que a cabeça estiver tão cheia e necessitar descanso;
-O sorriso mais sincero sempre que a dúvida se acercar de seu coração;
- O olhar silencioso e compreensivo que apenas amigos compartilham;
- A força escondida num abraço tão familiar quanto o colo de uma mãe;
-As melhores risadas com as mais coisas mais bobas que apenas as pessoas mais incríveis podem proporcionar;
- As lágrimas de riso e as de tristeza também, porque afinal nunca estaremos sozinhos enquanto contarmos uns com os outros;
-A mensagem inesperada que te faz sorrir só de ver o número de quem mandou;
-A sensação de conforto a cada reencontro, não importando quanto tempo ou quão longe ficamos;
Enfim, desejo a todos vocês minhas melhores qualidades e também meus piores defeitos (desculpando a redundância), pois foi tudo isso que possibilitou nosso crescimento contínuo e compartilhado há tantos anos (e/ou tantos sentimentos).
Afinal, amizade é reconhecimento mútuo de alguém que você queria ter encontrado há muito mais tempo.
Sejamos felizes
Sejamos loucos
Sejamos tolos
Sejamos amigos!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Negação

E toda uma tempestade de sentimentos me envolvia completamente.
Não enxergava clareza em meus próprios pensamentos.
Eu engoli em seco, negando veementemente a verdade que se apresentava a minha frente.
Eu não queria... Não podia... Mas, não tive a opção de lutar.
Talvez eu nunca admita em voz alta, meus olhos, porém, há muito já se entregaram.
Pensando bem... Uma coisa é certa: é nos atos involuntários que a verdade se revela.
Aí, então, definitivamente não haverá mais como negar.

sábado, 14 de abril de 2012

Sufocando


Eu sei, tá tudo preso, tá sufocando, né?
Um abraço aliviaria, mas os braços que te anestesiam estão muito longe agora.

Eu quase nunca tive necessidade de escrever diários. Quando era criança, a frequência era muito irregular... cerca de 3 a 5 vezes por ano, no máximo. Não que eu não tivesse nada a contar, mas a verdade é que provavelmente eu não soubesse como lidar direito com o que sentia. Talvez porque achasse que não fazia sentido algum confessar-me a uma folha em branco. Então eu cresci e passei a me expressar através de desenhos e volta e meia, escrevendo poesias. Por um tempo funcionou. Mas logo percebi que não era suficiente.
Meus sentimentos não cabiam mais no mero espaço de uma estrofe ou rima de poesia.
Eu sangrava. Eu sofria. Eu negava. Eu te queria. E sufocava...
Já faz algum tempo que eu nego a proporção que a situação tomou. Não é mais tão simples.
Na verdade, nunca foi...
Ser transparente sempre foi meu maior defeito. Meus lábios jamais se convenceram das palavras que meus olhos ousavam exclamar como mentiras. Mesmo quando eu nego, cada fibra do meu corpo recusa minha omissão, minha covardia por ter audácia de acreditar que você não sabe.
E você sabe...você sabe... sempre soube.
Cada vez que descubro compartir tus labios, eu morro um pouco. Guardo-me um pouco de dignidade com o propósito de tentar me convencer do engano que penso sentir.
Mas cada vez que me flagro respirando fundo e repetindo mentalmente "Está tudo bem", percebo que não está nada bem.
Fui pega desprevenida e agora é tarde demais. Não tenho como fugir... e nem quero. Estou apenas sufocando.
Sem clareza alguma na mente, os erros surgem. Cruéis, vis entrelaçando-me na dúvida.
E fico presa nas trevas, buscando a luz.
Onde está a luz?
Onde está?
Onde estás?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Do you want to be my Valentine?

E cá estou eu, quem diria, escrevendo sobre o Dia dos Namorados... bom, pelo menos o dia em que a data é comemorada na maior parte do mundo. Vamos, então, à parte histórica dessa data tão cheia de cuti-cuti e fofuras próprias dos subjugados pela flecha do Cupido/Eros:
O bispo Valentim lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras acreditando que os solteiros eram melhores combatentes.

Além de continuar celebrando casamentos, ele se casou secretamente, apesar da proibição do imperador. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor. Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes da execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim”.
Considerado mártir pela Igreja Católica, a data de sua morte - 14 de fevereiro - também marca a véspera de lupercais, festas anuais celebradas na Roma antiga em honra de Juno (deusa da mulher e do matrimônio) e de Pan (deus da natureza). Um dos rituais desse festival era a passeata da fertilidade, em que os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundidade.
Outra versão diz que no século XVII, ingleses e franceses passaram a celebrar o Dia de São Valentim como a união do Dia dos Namorados. A data foi adotada um século depois nos Estados Unidos, tornando-se o The Valentine's Day. E na Idade Média, dizia-se que o dia 14 de fevereiro era o primeiro dia de acasalamento dos pássaros. Por isso, os namorados da Idade Média usavam esta ocasião para deixar mensagens de amor na soleira da porta do(a) amado(a). (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_dos_Namorados)
Obs.: O dia dos namorados no Brasil é comemorado no dia 12 de Junho, devido um publicitário que trouxe a ideia do exterior como um jeito de melhorar as vendas durante o mês de Junho (Quanto romantismo!). A justificativa é que a data é véspera da comemoração do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro.

Ora, ora... tenho que admitir que ignorava essa peculiar curiosidade sobre o Dia dos Namorados ser o primeiro dia de acasalamento dos pássaros. É engraçado inicialmente, mas até faz sentido, visto que grande parte das aves tem comportamento monogâmico e, mesmo que o parceiro morra, não buscam um outro. Um verdadeiro exemplo da máxima "...até que a morte os separe".
Conscientemente ou não, é um dia em que o romantismo aflora. É um dia de solos de violão/guitarra, caixas de chocolates, poesias dedicadas, buquês de flores (Uma pequena ressalva aqui: pessoal, é fato que uma rosa vermelha dada é muito mais significativa que qualquer buquê gigantesco, o simples por si só é encantador!). Eu, particularmente, sou uma romântica enrustida. Mesmo que não admita verbalmente, eu acabo demonstrando isso pelas minhas ações... faço o possível e o impossível por quem eu gosto de verdade. Tento de todas as formas fazer a pessoa se sentir especial. Eu sei, sou uma boba mesmo. Faz parte.
Mas, muito além dos presentes, este é um dia de falar às pessoas com quem você se importa o quanto elas significam para você. Tire um tempo para conversar, sorrir e partilhar sentimentos com aquelas criaturas imprescindíveis na sua vida. Não custa nada e fortalece laços. Há pessoas que gostam de saber que são importantes ou que fazem a diferença na sua vida. Acredite, você vai se sentir muito bem.
Pra não dizer que não indiquei nenhum programinha para fazer neste dia, lá vai a minha dica:
Prepare aquela pipoca d-e-l-i-c-i-o-s-a e aquele refri/suco de sua preferência ou então aquele fondue com aquele vinho tinto de sua preferência (Pedida boa pro pessoal que mora em áreas frias!), chame seu querido Valentine e assistam à comédia romântica Valentine's day ( Idas e Vindas do Amor, no Brasil). O elenco agrada gregos e troianos, logo meninos e meninas ficarão bem satisfeitos com as carinhas conhecidas do filme. Afinal, o que é uma data romântica sem um filminho básico a dois, né?
Caso você esteja solteiro e tenha alguma paixonite ou o típico amor platônico, que tal juntar a cara e a coragem, preparar aquele gracejo bonitinho e dizer para seu amado a frase que se eu pudesse, diria hoje:
Do you want to be my Valentine?
Agora eu deixo para vocês, apaixonados ou não, a música Antes das Seis do grande Renato Russo:
"Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Enquanto a vida vai e vem
Você procura achar alguém
Que um dia possa lhe dizer
-Quero ficar só com você"

Happy Valentine's Day, guys!